TAMBORES
DA TERRA VERMELHA
(Por Euclides de Oliveira Santos –
da Academia Lagartense de Letras)
Um título sugestivo para um feliz
volume de histórias curtas. Antônio Francisco de Jesus, o popular Antônio
Saracura, já tem três livros publicados, e alguns livrinhos de cordel. É um
escritor que escreve devagar, preocupado com a qualidade. Já conquistou, com
méritos exclusivamente literários, um lugar de relevo na literatura sergipana.
Neste seu novo livro, ele muda de
tom. Trabalha na ficção em torno de personagens, bem estudados, tanto nas ações
quanto nos sentimentos íntimos. Não foge ao compromisso de vê-los por dentro,
porém de maneira impessoal, deixando ao leitor o julgamento definitivo.
Predominam os contos de temas acontecidos nos recantos de Itabaiana, o litoral
do agreste sergipano até a serra. Saracura desloca-se de sua temática para um
território novo, mas continua a demonstrar imaginação inventiva e fina
observação. Com um modo simples e linear de escrever, em algumas páginas, se
entusiasma de tal maneira que seu estilo guina, se sobrepõe beirando a ênfase
dos poetas condoreiros, encantando mais ainda. O texto de Saracura é limpo, com
imagens bem postas, excelentemente construídas e empregadas na medida exata.
Seu grande mérito neste livro, além de literário, é o de transpor para o papel,
de maneira singela, particularismos dos perfilados. Os traços marcantes,
próprios de suas personalidades, num achado que considero sobremaneira
invulgar.
Gostei muito do livro “Tambores da
Terra Vermelha”, escrito em uma linguagem simples e harmoniosa. Muitas coisas
eu recordei, muitas aprendi. Voltei ao passado de minha cidade Lagarto, das
benditas lembranças por conta das histórias que li no livro. Histórias
garimpadas pelo coração de um homem simples, atencioso, leal, amigo, e com uma
virtude especial; poetizar os textos que escreve.
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